Agustina considerava este pequeno conto – Um Inverno Frio – o melhor que escrevera em toda a sua vida. Depois dele, dizia, não precisava de ter escrito mais nada, pois ali estava todo o seu talento – a sua capacidade de conhecimento da alma humana. Conta-nos de como uma situação breve e aparentemente esquecida pode infectar e alterar todo um comportamento em cadeia de pessoas susceptíveis e desprevenidas nos sentimentos, e conduzir a consequências funestas.
“A sua alma estava suspensa duma memória que não chegara a abrir-se.” Este é o enigma do conto.
(Ensaios e Artigos, Vol. I, 1973)
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Música:
Erik Satie, Gnossiennes, sequência MIDI de Katsuhiro Oguri, http://www.kunstderfuge.com
Nesta crónica tão atual, Agustina disserta sobre as praias – uma paisagem defunta, anuncia. (Agustina Bessa-Luís, Ensaios e Artigos, Vol. I, 1967)
Se não tivesse conhecido a Senhora Clarinha, na sua lojeca repleta de coisas prestáveis e imprestáveis, no alto de Fontelas, com uma vista sublime...
A Póvoa foi um dos lugares da bela infância de Agustina. Depois, já mais tarde, foi o lugar de encontro com a tertúlia literária...